quinta-feira, 6 de junho de 2013

RJ FECHA ESCOLAS E BIBLIOTECAS. ESTADO DIZ QUE HÁ 80 MIL VAGAS OCIOSAS PARA ALUNOS


Relatório: 98 escolas fecharam; 64% dos colégios não tem laboratório de ciências

Índice de alunos do Ens. Médio do Rio atrasados beira os dos estados do Nordeste


Maria Luisa de Melo



Um relatório da Lei de Responsabilidade Educacional da Secretaria estadual de Educação do Rio de Janeiro divulgado esta semana revela que o número de escolas da rede estadual extintas chegou a 98 até o final do ano passado. A informação consta na página número 25 do documento.

Além disso, caiu o número de escolas da rede estadual que possuem bibliotecas, laboratórios de informática e de Ciências, considerados por especialistas, como fundamentais para o desenvolvimento dos alunos dos ensinos Fundamental e Médio.

Ainda de acordo com o documento, das 1354 escolas existentes na rede estadual, 1 mil tem bibliotecas. Outras 354 não possuem. No ano passado, o número era de 1142 escolas com bibiotecas. Outro dado que chama a atenção é a diminuição do número de escolas com laboratórios de informática. Em 2012, o número era de 1264. Este ano, o número é de 1149. 

O mesmo aconteceu com os laboratórios de ciências: em um ano, passaram de 675 para 488. Isto é, uma redução de 187 laboratórios deste tipo. Assim, este ano, apenas 36,04% escolas da rede contam com tais laboratórios para ensino de disciplinas como Química e Física.

Com relação a infraestrutura, o único item que apresentou melhora foi a construção de quadras poliesportivas. Em um ano, o número aumentou de 1220 para 1234.

Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o deputado Comte Bittencort acredita na melhoria da rede de educação pública do Rio:

"Há equívocos nestas municipalizações e descompartilhamentos por parte do governo estadual. No entanto, os deputados estaduais estão cobrando melhorias. Em reunião, o secretário estadual de Educação prometeu construir dez escolas até o início do ano que vem", pondera.

Alunos atrasados

Uma análise do quadro de comparação da "distorção idade-série" entre estados mostra que o Rio de Janeiro tem um percentual de alunos com idade incompatível com a série que cursa . O Rio tem 43,4% dos alunos com distorções entre idade e série. A taxa remonta Alunos de Ensino Médio fora da série recomendada para a sua idade. Ou seja, estudantes atrasados no colégio:

Rio tem 43,4%, está atrás apenas do Piauí (54,2%), Pernambuco (44,4%), Alagoas (51,3%), Maranhão ( 44,9%), Sergipe (53,8%)e Paraíba (43,6%). Em contrapartida, no último ano, o Rio foi o estado que mais reduziu tal disparidade. 

Só 15% dos professores tem pós-graduação:

O percentual de mestres com pós-graduação lato sensu é de apenas 15%. Quando o assunto é mestrado, a taxa despenca para 2,5%. Para Doutorado, o percentual é de apenas 0,5%. 

Sobram vagas em duas séries

O primeiro ano do Ensino Médio é o que tem maior número de vagas ociosas, segundo o documento. Seguido pelo 6º ano do Ensino Fundamental (18.492) e pelo Ensino de Jovens e Adultos (18.384).

Seeduc responde:

O relatório entregue aos parlamentares é público e amplamente divulgado pela Secretaria de Estado de Educação, e demonstra transparência por parte da Seeduc. Os números, que são atualizações dos dados da rede estadual de ensino, são reflexos das municipalizações e descompartilhamentos de unidades escolares com as redes municipais, que, em casos como o da cidade do Rio de Janeiro, vêm assumindo os alunos do Ensino Fundamental.

Quando, no relatório, está escrito sala em efetiva utilização, quer dizer que são as onde há alunos. Não quer dizer que o menor número signifique não não haja a sala, mas sim que há sala ociosa e, por isso, a transferência de estudantes que estavam em prédios compartilhados. Por isso, o descompartilhamento. O relatório mostra, ainda, que há 82.576 vagas ociosas. Ou seja, nas escolas e salas de aula da rede estadual, há, ainda, vagas para 82.576 estudantes. Ou seja, não houve fechamento de colégios nem os alunos ficaram sem estudar.




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