Do jornal Terceira Via on Line (aqui):
Data: 20/05/2015 - 20:38:02
Professores lotam assembleia e decidem continuar greve até sexta (22)
Cerca de 500 educadores participaram da reunião nesta quarta e foram contra propostas do governo
Cerca de 500 professores da rede municipal de ensino de Campos se reuniram em uma assembleia na noite desta quarta-feira (20) e decidiram continuar a greve até esta sexta-feira (22). O encontro foi no auditório da antiga Cedae, que ficou lotado. Além dos profissionais da educação, o vereador Dayvison Miranda (PRB) também esteve presente e falou sobre o plano de saúde dos educadores.
Na sexta-feira (22), às 15h, vai ter uma assembleia na Praça São Salvador e um ato público, onde haverá nova avaliação sobre o movimento e a discussão de novos rumos. Segundo a professora Graciete Santana, a greve permanece com os professores nas escolas e o ponto sendo assinado.
“Vamos continuar conscientizando pais e alunos sobre a situação da má estrutura das escolas e condições dos profissionais. A categoria insiste no reajuste salarial e a proposta do governo com o plano de saúde gerenciado pelo Siprosep não foi aprovada”, comentou Graciete.
Professores criticaram escolas em microfone aberto
A reunião teve microfone aberto onde professores de várias escolas falaram sobre os problemas do dia a dia. Entre as reclamações estavam: má estrutura física das unidades de ensino, número insuficiente de profissionais e acúmulo de função. “O governo diz que está tudo lindo nas escolas. Alguém trabalha em escola linda aqui?”, perguntou o professor Helmar Oliveira, seguido de um grito de ‘não’ dos outros professores.
A professora Odete Rocha falou sobre a proposta de abono e gratificação oferecida pela prefeitura. “Eles nos oferecem abono e gratificação, mas isso é penduricalho que colocam e tiram a hora que querem. Isso não é salário”. Após a fala dela, todos os professores presentes gritaram por greve.
Outro tema abordado no encontro foi o gasto da prefeitura com a contratação da empresa Expoente para a distribuição dos materiais didáticos, enquanto o Governo Federal distribui material gratuito.
“O tempo todo a prefeitura fala da crise do petróleo, como se isso fosse desculpa para tirar o que é nosso por direito. Então falamos dos livros da Expoente, que custam milhões, e nós professores somos contra este gasto. Eu trabalho em uma escola onde faltam profissionais e ainda sofro com goteira na minha sala, mas tem o livro caro da Expoente. Não queremos este livro, queremos melhor estrutura nas nossas escolas e queremos saber quem ganha com isso”, disse a professora Luciana Ecard.
Apoio dos pais dos alunos ao movimento
Como incentivo ao movimento, a professora Odisséia Carvalho citou o apoio que os professores estão recebendo dos responsáveis pelos alunos. “Tenho quase 30 anos de magistério e nunca vi uma greve tão vitoriosa como a nossa. Foi lindo chegar nas escolas e ver os pais dando apoio total ao movimento. Foi lindo ver a força que nós educadores temos. Precisamos pensar agora nos riscos que uma greve prolongada tem e temos que ter coragem e continuar firmes e mobilizados”, disse a professora.
Vereador fala sobre plano de saúde
O vereador Dayvison Miranda pediu para falar na assembleia e explicou que ele e o vereador Alexandre Tadeu, ambos do PRB, votaram a favor dos servidores quando a questão do reajuste salarial foi posta em votação na Câmara de Vereadores. Ele explicou ainda a proposta que o partido fez à prefeitura.
“Nós sabemos que os profissionais precisam de um plano de saúde e fizemos uma proposta à governo municipal para que os profissionais recebessem um auxílio-saúde, como já funciona com o auxílio-alimentação. O valor de cerca de R$ 150 entra na conta e o profissional contrata o plano que quiser”, comentou Dayvison.
Os profissionais foram contra a sugestão e uma das diretoras do Sepe, Norma Dias , explicou que o assunto vai ser discutido com mais detalhes em breve.
Reivindicações – Os professores estão reivindicando Plano de Cargos e Salários total, reajuste salarial, reposição das perdas salariais, condições dignas de trabalho, retorno do Plano de Saúde e vale-transporte, que estão suspensos há quatro meses, para todos os servidores; Auxílio Alimentação no valor de R$ 500; redução da carga horária em 1/3; e a incorporação da gratificação nos salários dos profissionais.
Um comentário:
Caro Ricardo André,
Quando não concordava com os patrões, me demitia. Inclusive do Estado. Fazer greve com assinatura de ponto? Que greve é essa? Alguém disse que "foi lindo" ver os pais apoiando a greve e não levando seus filhos para as unidades de ensino. Por que os pais de alunos das escolas estaduais não fazem o mesmo, não é mesmo? Os dirigentes do CEP, que não conseguem sucesso junto ao Estado, usam os professores do município, que sempre foram tratados com certo desprezo por eles, para uma greve ter sucesso. Será mesmo? Graciete, que ainda está viva, comemora o sucesso da greve na rede municipal. Os professores do Estado não conseguem o mesmo resultado, com piso de R$ 1.001,00. Por que será? Publique, por favor, o piso nacional e o que é pago em Campos. Enfim, duas constatações: os professores do município respaldam os dirigentes do CEP que os desprezam (tanto que a quase totalidade não é filiada); se fosse tão ruim como apregoam, os professores pediriam demissão mas, como não se demitem, é lógico que estão satisfeitos.
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